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Episódio 4: O Ritual

  • Foto do escritor: luzesombra
    luzesombra
  • 19 de ago. de 2024
  • 15 min de leitura

O Ritual, ou Definindo um Serial Killer, entrará na história de assassinos seriais e como eles podem ser definidos. Procuraremos entender como essa palavra foi formada e até que ponto Marcelo Costa de Andrade, o Vampiro de Niterói, se encaixa. Será um caminho árduo e complexo para entender muitos detalhes importantes da criação de um serial killer.

 

AVISO: A história a seguir contém cenas fortes de violência infantil, portanto não é recomendado para pessoas sensíveis ao tema e menores de 18 anos. Todas as informações contidas foram retiradas de fontes públicas. Quaisquer solicitações, favor, enviar um e-mail para luzesombrapodcast@gmail.com.




 

“Às 14 horas do dia 4 de junho de 1991, Odair José Muniz dos Santos, de 12 anos de idade, saiu de sua casa em Itaboraí, para ir ao centro de Niterói fazer um serviço para a mãe, Maria da Conceição. Passou antes na casa de uma vizinha, para brincar, e às 17h30min foi para o ponto de ônibus, onde encontrou Marcelo Costa de Andrade.
Segundo o próprio Marcelo, Odair estava pedindo dinheiro no ponto de ônibus para ajudar a mãe doente, versão que a família da vítima nega. Atraído pela beleza do garoto, Marcelo ofereceu-lhe dinheiro para comprar uma coca-cola e disse-lhe que daria 3 mil cruzeiros, caso Odair o acompanhasse até a casa de sua tia, ali perto.
Passando por um campo de futebol na Estrada Velha de Guaxindiba, em Aldeia da Prata, Itaboraí, Marcelo conta que agarrou Odair e derrubou-o. Em seguida, tirou o short do menino e esganou-o, para que ele subisse ao céu”.”

 

Esse é uma parte de matéria contida na edição 2082 da Revista Manchete, em 1992. O pequeno Odair foi a segunda vítima de Marcelo, logo depois de perceber que o corpo da primeira vítima havia sumido, como ele mesmo diz. Marcelo conta melhor sobre o que ocorreu com a segunda vítima quando foi entrevistado por Ilana Casoy, mas dessa vez não vou ler toda a parte da entrevista, mas resumir o que ele diz para ela.

 

Ele diz pra ela que se encontrou com esse segundo menino no ponto de ônibus da mesma estrada do primeiro. Que levou ele para o mesmo túnel escuro e foi lá que ele abusou e assassinou o menino, batendo com sua cabeça no concreto. Diz também que ele voltou mais duas vezes para ver o corpo, que sumiu na segunda vez.

 

Eu vejo nessa parte de sua vida que Marcelo muda de caça e se torna o caçador. Vamos lá, ele teve uma infância complicada, nascendo na favela da Rocinha e indo morar com os avós no Ceará aos cinco anos. Com dez, ele volta para o Rio e fica pulando entre as casas do pai e da mãe, até que resolve morar na rua. Nesse momento, ele entra para a prostituição, e nos anos seguintes, ele fica migrando entre a prostituição, a casa dos pais e lares para jovens infratores, como a FEBEM. No final da juventude, ele conhece um senhor e mora com ele por um tempo, até que esse senhor vai embora para Salvador e Marcelo volta a se prostituir. No início de sal terceira década, Marcelo volta a morar com a mãe, que arranja um emprego para ele como entregador de panfletos de joalheria em Copacabana e volta a frequentar a Igreja Universal do Reino de Deus.

 

É nesse momento de estabilidade na sua vida que Marcelo faz sua primeira vítima. Quando estava voltando do trabalho, em Niterói, ele se encontra com essa criança, o ludibria a ajudá-lo em um ritual, e no início da Rodovia Niterói-Manilha, ele o estupra e mata, deixando seu corpo no esgoto. Marcelo volta para a cena do crime mais duas vezes, e na terceira, o corpo já não estava mais lá. É nesse momento que ele decide fazer mais uma vítima.

 

Dessa vez, foi mais perto de sua casa, em Itaboraí. O pequeno Odair morava perto dele. Marcelo se encontra com ele no ponto de ônibus e ludibria o menino a segui-lo mais uma vez. É em um campo de futebol que ele assassina o menino a sangue frio e deixa seu corpo ali jogado. Mas dessa vez ele faz um avanço em sua vida de crime: as fontes dizem que Marcelo volta para casa e pega um facão, depois retorna ao local do crime e decapita o corpo da criança.

Sua mãe, dona Sonia, confirmou a informação.

 

Depois disso, Marcelo confirmou que assassinou mais doze crianças em diversos lugares no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, no entanto, muitos casos relatados não foram possíveis de serem confirmados pela polícia. Os detetives chegaram até a ir à cidade de Minas que ele disse ter feito uma vítima, mas não encontraram nenhuma pista.

 

A partir do ano de 1992, quando Marcelo foi preso depois das investigações de sua última vítima chegarem por ele principalmente com a ajuda do irmão da criança, cujo depoimento foi crucial para saber o que realmente aconteceu, a mídia começou a chamá-lo de “Psicopata da BR-101”, local onde Marcelo costumava atuar.

 

Atualmente, Marcelo Costa de Andrade se enquadra claramente nas características de um assassino serial, termo muito usado no exterior para falar de uma pessoa que comete muitos assassinatos, um atrás do outro, com algum tipo de método ou forma específica. Bem, naquela época esse termo era desconhecido no Brasil, e foi a própria Ilana Casoy que trouxe esse novo fato para o Brasil, lançando seu livro “Louco ou Cruel?” em 2002.

 

Tá, agora em 2024, nós já conhecemos esse termo, principalmente em inglês: serial killers. Existe muita informação sobre eles na internet, muitos filmes com o tema, seriados, livros... muita coisa mesmo. Mas, baseando-se na história de Marcelo, como conseguimos definir uma pessoa como serial killer? O que é preciso?

 

Bem, vamos então esmiuçar esse tema nesse episódio. Eu sou Thiago Pined e você está ouvindo a “Luz e Sombra: O Caso do Vampiro de Niterói”.

 

 

Para entrarmos nesse mundo de serial killers, eu queria, mais uma vez nesse podcast, voltar ao tempo.

 

 

O ano é 1893 e em Chicago, Estados Unidos, está acontecendo uma importante feira para comemorar os quatrocentos anos da chegada de Cristóvão Colombo ao Novo Mundo. Muitos turistas, então encheram a cidade, e muitos deles se hospedaram em diversas estalagens no lugar. Alguns deles nunca mais foram vistos.

 

E isso foi um grande mistério por algum tempo. Até que descobriram o que realmente acontecia.

 

Dentro de um desses hotéis acontecia uma das coisas mais terríveis que se ouviu falar na história. Em um hotel específico, esses turistas entravam nesse lugar e nunca mais saíam.

 

Bem, para quem gosta de filmes e séries de terror parece já ter visto essa história em algum lugar. Essa é a premissa da quinta temporada de American Horror Story. A história se passa na maioria das vezes no Hotel Cortez, que pertencia à Condessa, personagem de Lady Gaga, e todo o terror é bem parecido com o que eu descrevi antes, o que muda é o tempo e o local: o hotel da série está localizado em Los Angeles, Califórnia. Mas estou dando essa volta toda para dizer que essa temporada da série de terror foi baseada nessa verdadeira história que estou prestes a contar para vocês: a história do primeiro serial killer dos Estados Unidos.

 

 

O tal hotel em Chicago foi construído especificamente para a hospedar os visitantes da Feira Mundial de Chicago desse ano de 1893. O dono desse hotel era o notório Herman Webster Mudgett, mais conhecido como doutor Henry Howard Holmes. Parecia um homem comum à primeira vista, que estudou medicina na faculdade, mas que por trás das cortinas tinha uma vida completamente conturbada.

 

Não só por conta da história que cerca seu hotel, mas sua vida de modo geral: ele era um estelionatário e bigamista, alguém que se casa com várias pessoas, além de forçar um sócio seu a forjar a própria morte. Mas vamos a parte mais importante: o hotel que fez desaparecer diversas pessoas.

 

Sua construção já é cercada de vários fatos terríveis. Holmes contratou várias empreiteiras na construção do local, quando ele sentia que a construtora poderia atrapalhar seu plano, ele as demitia e contratava outras. Era sim uma construção estranha: portas que não davam a lugar nenhum, escadarias que paravam no meio do nada, poços, quartos sem janelas... um verdadeiro labirinto. Mas por que isso?

 

Em 1895, Holmes foi pego pelo detetive Frank Geyer, que foi encarregado de investigar o desaparecimento de três crianças que eram filhos do parceiro de Holmes naquele momento. E é nesse momento que tudo vem à tona: Holmes confessa o assassinato de 27 vítimas e é nesse ponto da história que seu hotel será conhecido por toda a história como o Castelo dos Assassinatos.

 

Antes disso, doutor Holmes era um simples farmacêutico que prescrevia remédios para a população local. Depois de um tempo, ele conseguiu comprar o terreno atrás da farmácia que trabalhava e foi ali que ele começou a construir seu prédio de terror. Ele, então, conseguiu dar um fim, tanto no dono da farmácia, quanto em sua esposa, e ficou com todo o terreno.

 

Era nesse local que Holmes atraía suas vítimas, muitas delas eram esses visitantes da Feira Mundial. Então, nesse local, Holmes torturava e matava suas vítimas, retirando a carne e vendendo seus ossos para escolas médicas.

 

Um crime bárbaro, mas que foi logo descoberto, e Holmes, depois de confessar seus crimes (ou alguns deles, pois há evidências de que houve, pelo menos 100 vítimas), foi condenado à pena de morte. No dia 7 de maio de 1896, então, Herman Webster Mudgett, seu nome verdadeiro, foi executado pelo assassinato do amigo e cúmplice Benjamin Pitizel.

 


A história de Holmes é bem terrível e motivos de livros, filmes, séries e diversos estudos, pois ele é conhecido como o primeiro serial killer das Américas. Sua frieza e planejamento demonstram perfeitamente os traços de um psicopata, e tipo de crime cometido com tantas vítimas apontas claramente um assassinato serial.

 

Existe outra história muito impactante e acho que umas das mais conhecidas sobre assassinos seriais que aconteceu uma década antes do acontecimento em Chicago, esse do outro lado do oceano Atlântico, na Inglaterra.

 

Jack, O Estripador, é um nome conhecido, mas sua verdadeira identidade nunca foi descoberta. Ele era um assassino em série que atual em Whitechapel, Londres, em 1888 conhecido por ter matado 5 mulheres que se prostituíam no local, mutilando seus corpos de forma violenta.

 

 

Mas vamos lá, estou dando muitas voltas e não estou chegando aonde realmente quero chegar: quando foi que o termo assassino serial, ou serial killer, foi exatamente usado? Bem, o termo originou-se a décadas depois, em 1970, quando o agente a FBI, Robster Ressler começou a dedicar seu trabalho em estudar todo o assassinato em série.

 

 

Então, para passar melhor informações importantes sobre assassinatos em série e as definições de um assassino desse tipo, tive que ir fundo na construção desse termo, e me deparei com um interessante documento feito pelo FBI sobre o tema. Esse documento já começa com uma informação muito importante para entendermos os cenários de crime mundial. Bem, como o documento é em inglês, tudo que eu falar será com a minha tradução, está bem? (Acesse o documento AQUI)

 

Primeiro ponto, o documento afirma que o assassinato serial é um evento muito raro, que ocorro em menos de um porcento de todos os crimes que ocorrem em um ano. Segundo, é mito que todos os assassinos em série são solitários disfuncionais. A maioria dos serial killers não são pessoas reclusas que vivem sozinhas. Também é um mito que todos os serial killers são homens brancos, o documento diz. O assassinato serial se expande a todos os grupos. Bem, agora em 2024 já é bem possível perceber isso. Também é um mito que os serial killers são apenas motivados por sexo; existem diversos outros motivos além. Também é um mito que os assassinos seriais viajam muito, muitos deles tem uma área geográfica especifica de operação. Outro mito é que o serial killer não para de cometer os assassinatos, existem casos de serial killers que pararam de cometer os assassinatos antes de serem pegos, além de muitas histórias que conhecemos de assassinos que param de cometer suas atrocidades e nunca são pegos.

 

Aqui deixo como exemplo o Caso do Leandor Bossi, que o Ivan Mizanzuk se aprofundou na última temporada do projeto humanos; dá pra perceber claramente esse fator. (Saiba mais desse caso AQUI)

 

Outro mito que o documento aponta é que todos os assassinos seriais são insanos gênios do mal. E por fim, serial killers querem ser pegos.


 

Agora vamos para a definição. O documento aponta que, em 1998, uma lei nos Estados Unidos sobre a Proteção de Crianças Contra Predadores Sexuais aponta que os assassinatos seriais são definidos como “uma série de três ou mais assassinatos contendo características comuns que sugerem que tais crimes tenham sido cometidos pelo mesmo autor ou atores”. Só que, como o próprio documento diz, existe um grande questionamento de vários especialistas sobre o que é ou não característico de um assassinato serial, então eles trazem quatro pontos que estão de acordo em todos esses grupos de discussão, que são:

 

  • Que há um ou mais infratores;

  • Duas ou mais vítimas assassinadas;

  • Os incidentes devem ocorrer em lugares separados, em tempos diferentes;

  • O período de tempo entre assassinatos separa os crimes seriais de crimes em massa.

 

Com isso, eles definem, então, que assassinatos seriais são matanças ilegais de duas ou mais vítimas em diferentes períodos de tempo.

 

Tudo bem, nós viajamos por vários lugares para tentar definir melhor o assassino em série, mas agora vamos voltar ao Brasil. Se essa definição é ainda muito recente no exterior, datada do início dos anos 1970, aqui as coisas são ainda piores. E, claro, tenho que referenciar a expert no assunto Ilana Casoy.

 

E seu nome tem muito peso. Mas sua primeira formação pode não ter relação com nada desse mundo. Formada de Administração, Ilana se diz uma curiosa da mente humana, principalmente desses casos de assassinatos em série, por isso, ela começou a trabalhar nesses lugares; fez parte do Núcleo Forense de Psiquiatria e Psicologia do Hospital das Clínicas, e foi lá que estagiou em perícia. Então, ela fez uma pós-graduação em Criminologia no Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e, nos anos 2000, ela traz o conceito de assassino serial para o Brasil. Em 2008, Ilana Casoy publica seu primeiro livro sobre o tema “Louco ou Cruel?” E é baseado nele que vamos, agora definir um assassino serial.

 

 

E lendo eu pude perceber o quanto é difícil definir o conceito de assassino serial, pois os próprios estudiosos ainda não conseguiram entender todas as especificidades que isso tem e não há, assim, muita concordância. Mas consigo entender que, para que um caso criminal se adeque a esse termo, é necessário que, pelo menos, pessoas tenham sido mortas, e que haja pelo menos duas ou quatro vítimas. Mas ela detalha que o mais importante para definir um assassinato serial é que a falta de um motivo aparente seja essencial; as vítimas tem que ser escolhidas ao acaso, sem relação ao assassino.

 

Bem, acho que dá para nós mesmos formarmos uma definição básica do que é um assassinato em série: um crime cometido por uma ou mais pessoas que tenha, pelo menos, duas vítimas mortas, além disso, tem que ter espaço de tempo entre os assassinatos específico e não aparentar um motivo concreto para o assassinato.

 

Dito isso, vamos para a segunda parte que Ilana aponta em seu livro, de que existem quatro tipos de assassinos em série. E nessas fases eu vou até dar exemplos de casos de assassinos para que percebamos todas elas de forma muito clara.

 

Primeiro tipo: O Visionário.

 

Ilana informa que esse tipo assassino é uma pessoa completamente insana, psicótica. Que ouve vozes dentro de sua cabeça e as segue, podendo até ter alucinações quanto a isso.

 

Eu me lembrei exatamente do filme muito conhecido de 1960 dirigido pelo Hitchcock, o Psicose, sobre o dono de um motel que, além de ouvir sua mãe morta, ele se apossa dela para cometer assassinatos.

 

Mas vamos para a vida real: Entre os anos de 1976 e 1977, Nova York foi palco de um caso emblemático sobre assassinatos em série. David Richard Berkowitz, nascido como Richard David Falco, e também conhecido como “Filho de Sam”, foi o Assassino do Calibre .44. Preso, ele confessou o assassinato de seis pessoas e de ferir sete. Berkowitz dizia que cometia os assassinatos a mando do demônio, que possuía um cachorro da vizinhança em que morava. Ele também afirmou que pertencia a uma seita satânica. Seu perfil psicológico feito atestou o assassino como neurótico e provavelmente paranóico e esquizofrênico. Em 12 de junho de 1978, Berkowitz foi condenado a 365 anos de prisão pelos seis homicídios. Em 1987, ele se converteu ao Cristianismo e tenta até hoje reverter a prisão por liberdade condicional.

 

 

Ilana, então, aponta o segundo tipo de assassino: O Missionário. Esse em questão não aparenta ser um psicótico, mas internamente tem a necessidade de livrar o mundo do que julga imoral ou indigno, escolhendo, assim, um grupo para matar.

 

Um caso muito conhecido no Brasil que se adequa a esse tipo é o de Pedro Rodrigues Filho, mais conhecido como Pedrinho Matador, que foi assassinado ano passado. O histórico dele de assassinatos é enorme e terrível: ele diz ter matado mais de 100 pessoas e começou esse seu desejo desde pequeno, com treze anos, quando, após uma briga com o primo, tentando jogá-lo em um moedor de cana. Mas o menino se salvou, o que não o atrapalhou de cortar o corpo do menino com a faca e jogar cada pedaço, posteriormente, no moedor. Ele é um caso muito importante para a história do crime no Brasil e deu entrevistas para vários veículos de imprensa. Pedrinho afirmava que assassinava essas pessoas porque, segundo ele, eram pessoas que não prestavam. Ele foi preso primeiramente em 1973, condenado a 126 anos por conta de seus assassinatos, mas foi solto em 2007, sendo que ele era para ser solto em 2004, mas sua pena aumentou pelos assassinatos que cometem dentro do presídio. Já em 2011 ele voltou a ser preso, por conta de crimes como motim e cárcere privado. Em 2018, foi mais uma vez solto, e agora converteu-se ao Cristianismo e disse estar arrependido de sua vida pregressa. No dia 5 de março de 2023, Pedro Rodrigues Filho foi assassinado na frente da casa de sua irmã em Mogi das Cruzes, São Paulo, por homens encapuzados desferiram seis tiros que o atingiram. Além disso, esses mesmos homens degolaram seu pescoço com uma faca de cozinha.


 

Os assassinos seriais Emotivos são aqueles que matam por pura diversão. Aquele que realmente tem prazer de matar e utiliza requintes sádicos e cruéis para tal ato.

 

Agora em alta novamente, o Assassino do Zodíaco se encaixa nessa definição. Mesmo que haja diversas especulações – e talvez uma possível abertura de caso agora em 2024, será? —, ele nunca foi pego e sua identidade nunca revelada. Ele atual na Califórnia por 10 meses entre os anos de 1968 e 1969. Foi conhecido como “assassino do zodíaco”, pois ele se autointitulava em cartas ameaçadoras que mandava à impressa e a polícia na época, além de seus criptogramas que não foram ainda decifrados. O sadismo e a diversão em matar parecem ser pontos importantes em seus crimes. Sua última carta enviada aponta que ele havia feito 37 assassinatos, no entanto, apenas quatro vítimas foram confirmadas. Foram muitos suspeitos investigados, mas até agora ninguém foi definitivamente culpado. Recentemente, viralizou no TikTok um homem que conta ter provas de que seu avô era o Assassino do Zodíaco, provas que parecem bem concretas. Mas, para ter certeza, a polícia deveria refazer as investigações. Como o avo dele já está morto, talvez nunca seja possível saber a verdade.


 

Por último, Ilana Casoy define os Libertinos: assassinos seriais sexuais, que matam por desejo sexual e têm prazer em torturar, mutilar e matar a vítima.

 

E não existe caso melhor para exemplificar esse tipo de serial killer se não o próprio Marcelo Costa de Andrade, o Vampiro de Niterói. Por diversas vezes, ele afirmava que sentia prazer no sofrimento de suas vítimas.

Segundo seu relato na entrevista que fez para a própria Ilana, ele disse que “sentia um sadismo incontrolável”.

 

 

Os assassinos seriais também podem ser divididos em “organizados”, “desorganizados”, geograficamente estáveis ou não. Mas Ilana é prática em definir um denominador comum entre todos os serial killers: o sadismo, desordem crônica e progressiva.

 

Referenciando o doutor Joel Norris, Ilana aponta também que existem seis fases do ciclo do serial killer. São elas:

 

1.      Fase áurea: onde o assassino começa a perder a compreensão da realidade;

2.      Fase da pesca: quando o assassino procura a vítima ideal;

3.      Fase galanteadora: quando o assassino seduz ou engana a vítima;

4.      Fase da captura: quando a vítima cai na armadilha;

5.      Fase do assassinato ou totem: auge da emoção para o assassino;

6.      Fase da depressão: que ocorro depois do assassinato.

 

Nessa última fase, o assassino engatilha novamente para o início do processo, formando o ciclo.

 

Nessas muitas pesquisas que faço sobre assassinos seriais, histórias, fatos, exemplificações, é perfeitamente possível observar esses ciclos que a Ilana apresenta, e muitas das vezes eu percebi que o seiral killer é, de alguma forma, metódico no que faz, tentando dar uma espécie de significado, mesmo que delirante, aos seus atos.

 

Por exemplo, é bem claro para mim o modus operandi, ou o modo que ele cometia os crimes: ele escolhia sempre crianças entre 5 e 13 anos de idade, e seu objetivo era satisfação sexual. Ele podia matar antes, se a criança sofresse algum tipo de resistência, ou depois. Normalmente, ele pegava alguma peça de roupa da criança assassinada; ele preferia a calça, mas já pegou blusa, também dentes. É perceptível no caso deles e nos outros casos mencionados anteriormente que existe uma espécie de ritual que ocorre, como uma cópia de movimentos em cada assassinato, como em um ciclo.

 

E existe um ponto muito importante na história de Marcelo que vejo como fazendo parte de todo esse ritual. Pesquisando essa história também na internet, você vai se deparar com essa questão sendo uma tentativa das mídias em dar um motivo para os assassinatos cometidos por Marcelo.

 

Tanto nos depoimentos que deu à polícia quanto nas entrevistas que fez, Marcelo sempre falava que preferia os meninos entre cinco e treze anos, pois eles ainda eram considerados “puros”, e que ele ouviu isso em um sermão de um pastor quando era mais jovem, que dizia que as crianças quando morriam iam direto para o céu.

 

 

Marcelo diz que ele ouviu uma pregação na Igreja Universal do Reino de Deus e esse assunto tem sua própria complexidade, na minha opinião. E é por isso que vamos falar melhor sobre isso no próximo episódio do Podcast.

 

Eu sou Thiago Pined e você ouviu a Luz e Sombra: O Caso do Vampiro de Niterói.

 
 
 

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